domingo, 14 de julho de 2013

Portomarín a Palas de Rei (25,1 Km)

Etapa 27 (25/05/12) - dia de sentir saudade do que ainda não acabou.

Neste dia sai bem devagar, bateu aquela sensação que o caminho estava chegando ao fim, e isto não deixava minha mente em paz... fui bem lentamente, curtindo ao máximo aquele momento.
Paisagens lindas, com muitos bosques...
Agora escrevendo este post, que reparei como a barba cresceu e mostra que o tempo passou rápido. Impressionante! hehehehehe
Peregrinos vão deixando seus pertences ao longo do caminho... até sobre os marcos da estrada. Constatação: faltavam somente 84 Km para Santiago de Compostela!
Em toda Galícia, especialmente neste trecho, notei muitas construções tipo estas das fotos abaixo. São os hórreos: celeiros retangulares de pedra ou madeira, separados do solo por pilares. 
Sempre estão coroados por uma cruz ou por símbolos pagãos relacionados com a fecundidade. Tem por finalidade armazenar, secar, curar e salvar o milho, cereais e outros produtos agrícolas, guardando a colheita em um lugar ventilado, evitando a umidade do solo e a ação de animais(roedores).
Na saída de uma pequena localidade chamada Castromaior, parei no Bar/ lanchonete Castro para um lanche. Lembrei-me do meu chefe, também tem este nome. Claro que não iria perder a oportunidade de fazer a média com o meu chefe postando esta foto. Inclusive só parei ali pelo nome da lanchonete. hehehehehe
Esta etapa foi bastante fácil, razoavelmente plana e com poucas carreteras. As existentes tinham sombras em seus acostamentos, para sorte dos peregrinos.

Vontade de passar pelo menos uma semana numa casinha como esta da foto abaixo.
De uma hora para outra começou a cair chuva fina, acompanhada de um nevoeiro, mas o clima estava agradável.
Quando cheguei em Palas de Rei o sol apareceu novamente. Instalei-me no Albergue Mesón de Benito - privado, completo, muito bem conservado e ao custo de 10 euros.
Marcelão(RJ) fazendo pose na frente do albergue
Fiquei num pequeno quarto com 5 beliches e o que me impressionou: todos os lugares ocupados por brasileiros. 
Fomos recebidos pelo hospitaleiro, Manuel, o qual nos ofereceu o menu do peregrino. Não deixei passar o macarrão a bolonhesa...
Depois fiquei escrevendo meu diário, só parando quando apareceu o Gustavo (MT), gente boa "de mais da conta", com sua calma, serenidade, fala pausada, mas firme nos seus propósitos durante todo o Caminho. Ficamos conversando sobre a vida por quase 1 hora... momento único! 
Palas de Rei é uma cidade com razoável estrutura, possui cerca de 3.500 habitantes, com variedade de opções de albergues para os peregrinos.
Faltando 3 dias para concluir meu caminho, comecei a pensar aonde ficar em Santiago de Compostela. Nesta praça, encontrei um espanhol, chamado José, veterano com 5 caminhos completados, que me indicou 2 pensões próximas à Catedral... anotei em meu diário. Pensaria nisto mais adiante, no penúltimo dia de minha jornada. 

Igreja de San Tirson
Monumento ao peregrino